Mineração sustentável. Essa é a nossa frente.

Diretor da frente assina artigo no jornal O Globo

O deputado federal Arnaldo Jardim, diretor da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável na região Sudeste, assina o artigo “Mineração Sustentável” no jornal O Globo do dia 11/5. No texto, o diretor fala da dependência da agricultura brasileira em relação aos fertilizantes internacionais. O parlamentar informa que mais de 80% dos fertilizantes utilizados no Brasil são importados. Como solução, Jardim defende a produção nacional de fertilizantes, com incentivo à industrialização do país, inclusive com a utilização de rejeitos da mineração como fertilizante.

Leia o artigo na íntegra:
 

Mineração Sustentável 

A tecnologia de reutilização de resíduos da atividade mineradora como matéria-prima para a produção de insumos agrícolas mostra a estreita relação entre mineração e fertilizantes. Nossa produção agrícola tem potencial de mais crescimento, com preservação ambiental, aliando pesquisa e infraestrutura para ampliar a oferta de fertilizantes nacionais a partir da transformação de resíduos minerais em insumos agrícolas.

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos, porém importa mais de 80% dos fertilizantes, sujeitos a flutuações de preços dos mercados internacionais e, pior, a choques de oferta. Com a guerra da Ucrânia, houve alta de 133% no preço do produto, exportado majoritariamente da Rússia. Impacto que chegou à mesa dos brasileiros e afetou a competitividade do nosso agronegócio no mercado internacional.  

Segundo a Universidade Federal de Minas Gerais, o Brasil tem reservas de potássio em quatro estados (AM, SE, SP e MG), com montantes suficientes para abastecer as nossas necessidades até 2100. Trata-se de uma alternativa poderosa para reduzir custos do agronegócio. No entanto, hoje dependemos da importação de potássio em quase 100%. 

Encontrar soluções para reduzir a necessidade de importação e baratear o preço dos fertilizantes estão entre os objetivos da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável – FPMin, instalada no Congresso em março. No mês seguinte, a FPMin organizou, junto com as frentes parlamentares do Brasil Competitivo, da Agropecuária e da Química, o Seminário “Fertilizantes – Uma Questão Estratégica para ao Brasil”. No evento, representantes do Executivo, integrantes das cadeias de produção e distribuição de fertilizantes e pesquisadores discutiram alternativas para o País. 

O Plano Nacional de Fertilizantes, do governo federal, também prevê o aproveitamento de rejeitos da mineração para impulsionar a competitividade da produção brasileira. Um exemplo é o uso de remineralizadores de solo (REM) e dos fertilizantes naturais (FN). Ao invés de serem descartados, resíduos ricos em nutrientes podem contribuir para um agronegócio mais sustentável.

Além disso, a possibilidade de tratar e transformar resíduos em fertilizante em solo nacional, próximos aos polos agrícolas, simplifica a logística, reduz frete e diminui o chamado Custo Brasil. O aspecto sustentável está no reaproveitamento de material que seria descartado e poderia gerar passivos ambientais e financeiros de longo prazo.  

Alternativas existem. Tecnologia e pesquisas estão à nossa disposição. É crucial que o arcabouço legal para exploração mineral sustentável e a expansão da produção brasileira de fertilizantes seja estruturado agora. É preciso garantir a soberania do país, valorizar seu potencial produtivo e incentivar uma nova industrialização. 

É tempo de deixarmos de ser meros exportadores de commodities.

Deputado Federal Arnaldo Jardim (Cidadania/SP)
Diretor da FPMin na região Sudeste